Chove
Chove
Chove tuas lágrimas...
Tingem de azul minha visão,
de que a paz é frágil
e a febre é da paixão.
Onde caminham tuas estórias,
descabidas, íntegras estórias?
Passam pela vida e marcam hora
para virar destino, cada estória.
Chove e tuas mãos jogam-se ao vento,
encharcam de calor um corpo tenso.
Tocam os fantasmas e os devoram...
Apresentam minutos feito horas.
Ensina-me a ser sereno e louco,
controvérsia explícita,
que desfaz enganos e dá de ombros
às mais piegas feridas.
Como viver tão triste e sem cantar,
não escrever versos?
E até patrocinar o esquecimento...
Parir pseudo tédio?
Chove dos teus olhos a madrugada...
chove tua sina.
Chove e ainda quer enxergar o mar
que cai do céu na tua vida.
Carla Dias
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