Fatalismo
Fatalismo
Amo o que em ti há de trágico.
De mau.
De sublime.
Amo o crime escondido no teu andar.
A tua forma de olhar.
O teu riso fingido e cristalino.
Amo o veneno dos teus beijos.
O teu hálito pagão.
A tua mão insegura
na mentira dos teus gestos.
Amo o teu corpo de maçã madura.
Amo o silêncio
perpendicular do teu contacto.
A furia incontrolavel da maré
nas ondas vaginais do teu orgasmo.
E esta tua ausência.
Este não-ser quem é.
Manuela Amaral
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