Espera
Espera
A pele anseia o toque, arrepia,
transbordando desejos.
Lábios e
língua antecipam o beijo esperado
olhos semicerrados
boca entreaberta (delírios!)
Sobre os lençóis em desalinho,
ela espera (seios que se oferecem,
coxas que se contraem)
espera.
O corpo dela exala as secreções
mais belas
ancas de acasalar (tortura!)
A mão passeia lânguida no lento
passar das horas, como a confortar
pele, púbis, pêlos,
os dedos procuram consolo, não quer
espera.
Ainda que a noite esteja deixando
seus olhos, espera; ainda que o fogo
da lareira se apague, espera.
Nálu Nogueira
Sem comentários:
Enviar um comentário