Ânsia

Há pequenas coisas que atiçam o amor
Que nos dão um grande desejo de amar
Uma enorme ânsia de sofrer...


Amantes

Vem!
Vem comigo
Cansados de Amor
Mergulhemos juntos na noite
no silêncio dos Amantes
Amor Amor Amor
Repete comigo
as palavras que nos dão paz...


®Pôesia do Mundo

A minha foto
Le Vésinet, Yvelines, France
É impossível não se dizer ( no mínimo de letras ) e, ao mesmo tempo, em que não se pode tudo dizer ( no máximo de palavras ). Falar demais: È escancarar detalhes insignificantes da vida doméstica. A minha vida sustenta-se no diário de algumas palavras: Trabalho, Respeito, Ternura, Amizade, Saudades, Amor. PEQUENOS VALORES Viver é acreditar no nascer e no pôr-do-sol É ter esperança de que o amanhã será sempre o melhor É renascer a cada dia É aprender a crescer a cada momento É acreditar no amor É inventar a própria vida... No decorrer desta vida, o prazer, a alegria, a tristeza,a dor, o amor, desfilam em nossa alma e em nosso coração deixando diferentes marcas. São essas marcas combinadas que formam a riqueza da nossa caminhada. Um caminho onde o mais importante não é chegar e sim caminhar. Valorize todos os detalhes, todas as subidas e descidas, as pedras, as curvas, o silêncio, a brisa e as montanhas deste seu caminho, para que você possa dizer de cabeça erguida, no futuro: Cresci Chorei Sorri Caí Levantei Aprendi Amei Fui Amado Perdi Venci Vivi E, principalmente, sou uma pessoa feliz!




sábado, 16 de maio de 2009

A casada infiel


A casada infiel



A casada infiel.

Eu que a levei ao rio,
pensando que era donzela,
porém tinha marido.

Foi na noite de Santiago
e quase por compromisso.

Apagaram-se os lampiões
e acenderam-se os grilos.

Nas últimas esquinas
toquei seus peitos dormidos,

e se abriram prontamente
como ramos de jacintos.

A goma de sua anágua
soava em meu ouvido
como uma peça de seda
rasgada por dez punhais.

Sem luz de prata em suas copas
as árvores estão crescidas,

e um horizonte de cães
ladra mui longe do rio.

Passadas as sarçamoras,
os juncos e os espinhos,

debaixo de seus cabelos
fiz uma cova sobre o limo.

Eu tirei a gravata.
Ela tirou o vestido.

Eu, o cinturão com revólver.
Ela, seus quatro corpetes.

Nem nardos nem caracóis
têm uma cútis tão fina,

nem os cristais com lua
reluzem com esse brilho.

Suas coxas me escapavam
como peixes surpreendidos,

a metade cheias de lume,
a metade cheias de frio.

Aquela noite corri
o melhor dos caminhos,

montado em potra de nácar
sem bridas e sem estribos.

Não quero dizer, por homem,
as coisas que ela me disse.

A luz do entendimento
me faz ser mui comedido.

Suja de beijos e areia,
eu a levei do rio.

Com o ar se batiam
as espadas dos lírios.

Portei-me como quem sou.
Como um cigano legítimo.

Dei-lhe um estojo de costura,
grande, de liso palhiço,

e não quis enamorar-me
porque tendo marido
me disse que era donzela
quando a levava ao rio.



Garcia Lorca

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