Ânsia

Há pequenas coisas que atiçam o amor
Que nos dão um grande desejo de amar
Uma enorme ânsia de sofrer...


Amantes

Vem!
Vem comigo
Cansados de Amor
Mergulhemos juntos na noite
no silêncio dos Amantes
Amor Amor Amor
Repete comigo
as palavras que nos dão paz...


®Pôesia do Mundo

A minha foto
Le Vésinet, Yvelines, France
É impossível não se dizer ( no mínimo de letras ) e, ao mesmo tempo, em que não se pode tudo dizer ( no máximo de palavras ). Falar demais: È escancarar detalhes insignificantes da vida doméstica. A minha vida sustenta-se no diário de algumas palavras: Trabalho, Respeito, Ternura, Amizade, Saudades, Amor. PEQUENOS VALORES Viver é acreditar no nascer e no pôr-do-sol É ter esperança de que o amanhã será sempre o melhor É renascer a cada dia É aprender a crescer a cada momento É acreditar no amor É inventar a própria vida... No decorrer desta vida, o prazer, a alegria, a tristeza,a dor, o amor, desfilam em nossa alma e em nosso coração deixando diferentes marcas. São essas marcas combinadas que formam a riqueza da nossa caminhada. Um caminho onde o mais importante não é chegar e sim caminhar. Valorize todos os detalhes, todas as subidas e descidas, as pedras, as curvas, o silêncio, a brisa e as montanhas deste seu caminho, para que você possa dizer de cabeça erguida, no futuro: Cresci Chorei Sorri Caí Levantei Aprendi Amei Fui Amado Perdi Venci Vivi E, principalmente, sou uma pessoa feliz!




quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Dezembro



Dezembro




Menino ainda, costumava
romper o cristal da manhã
e do macio horizonte
cavalgar o aromado pêlo
haurindo a seiva do dia, tanto me
comoviam os animais no campo.

Na adolescência,
ave, passei às mãos das incertezas:

Como a mim permitiam decidi
a vida cantar por não ser nada.

Transitei pelos vales recolhendo.

Um pouco de mim mesmo em cada planta
na água dos riachos me banhava
da pedra me enxugava nas durezas
que ao vento domavam e refaziam
meu secreto saber.

Eu era agora um homem,
tanto me diziam, tanto me provava
o contato com os homens ou algo mais.

A lua cheia matava-me no silêncio,
invariável lua que jamais cantei
por pouco ser e muito dizer.

Amanhecia por vezes sobre um couro,
transido de frio, sem pecados.

Amava a terra, doação da manhã,
mesmo quando armas rudes me cortavam
a fímbria da existência: eu era
um pouco das safras transportadas,
da poeira que tropeiros levantavam
misturada a rastro de sangue nas ladeiras.

"Um cavalo cortado ao meio",

Me diziam,
e isso valia como identificação
ao que vem e suporta seus tropeços.

Os companheiros de infância,
muito bem mortos, lá estão
esculpidos em ecos, regressando,
do afã diário aos búzios vesperais,
ignorando armadilhas do sol-posto,
tanto falam-me os gestos, os ruídos.

E como vêm falar do que não foram!

Agora é Dezembro, e pouco vale
um coração cruzado de datas,
mesmo punhais de lâminas fecundas,
rebrilhando ao sol do meio-dia,
de flores, de frutos na campestre senda.

Humilho-me por não ser o que mais fui,
consciente mas expondo-me aos assédios
de ventos ruminosos, águas várias
águas de aboio insopitado e lento.

Agora é dezembro: com seu penacho
de luz acende o caminho, incinerando
as fétidas lembranças, colorindo
ausências de sonora geometria.

Antes triste que perdido
ao sol que nos confunde,
à chuva que nos vence.

Agora é Dezembro, um mês guerreiro,
que doma sombras ao calor de espadas.



Florisvaldo Mattos

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