Ânsia

Há pequenas coisas que atiçam o amor
Que nos dão um grande desejo de amar
Uma enorme ânsia de sofrer...


Amantes

Vem!
Vem comigo
Cansados de Amor
Mergulhemos juntos na noite
no silêncio dos Amantes
Amor Amor Amor
Repete comigo
as palavras que nos dão paz...


®Pôesia do Mundo

A minha foto
Le Vésinet, Yvelines, France
É impossível não se dizer ( no mínimo de letras ) e, ao mesmo tempo, em que não se pode tudo dizer ( no máximo de palavras ). Falar demais: È escancarar detalhes insignificantes da vida doméstica. A minha vida sustenta-se no diário de algumas palavras: Trabalho, Respeito, Ternura, Amizade, Saudades, Amor. PEQUENOS VALORES Viver é acreditar no nascer e no pôr-do-sol É ter esperança de que o amanhã será sempre o melhor É renascer a cada dia É aprender a crescer a cada momento É acreditar no amor É inventar a própria vida... No decorrer desta vida, o prazer, a alegria, a tristeza,a dor, o amor, desfilam em nossa alma e em nosso coração deixando diferentes marcas. São essas marcas combinadas que formam a riqueza da nossa caminhada. Um caminho onde o mais importante não é chegar e sim caminhar. Valorize todos os detalhes, todas as subidas e descidas, as pedras, as curvas, o silêncio, a brisa e as montanhas deste seu caminho, para que você possa dizer de cabeça erguida, no futuro: Cresci Chorei Sorri Caí Levantei Aprendi Amei Fui Amado Perdi Venci Vivi E, principalmente, sou uma pessoa feliz!




quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Duração do Aroma



Duração do Aroma


Não morrem no campo as flores.

Pacíficas continuam
arquiteturas de angústia
dissolvendo-se no chão
amoroso das searas.

Como nuvens distraídas
ficam no solto.

Ali somente,
um sofrimento que vem,
uma esperança que vai
da boca dos camponeses
ao chão que abriga silêncio.

Não é pranto nem flor,

É vinho.

De amarelo outono e lábios
pranto vinho e flores ficam
incrustados no alimento,

De sangue batendo aos pingos
na superfície das horas
vai seu perfume durando
nas colheitas.

Sobrevive
no suor dos músculos tão
sofridos de cicatrizes,
como um hálito de cinza
prenhe de soluço verde.

Prossegue na dor, reunida
à ferrugem dos arados,
a melancolia de olhos,
de pele sacrificada
e ternura corrompida,
de arames e privações.

Que venha o vento brandindo
foices de lua no campo
e corte cercas corte o rio
e das chuvas no caminho
corte horizontes de linho.

Entre abelhas e madeiras,
no coração das florestas
corte as flores e o vizinho
aroma das madrugadas.

Corte pranto dos vaqueiros,
corte rastro dos cavalos
e de quem sofre sozinho
corte voz molhada e fria.

Que venha vento soprando
ferraduras de amargura,
decepe haste das flores
com o alfange da agonia.

Fria lâmina de sombra
inevitável traspasse
o dorso branco do dia.

E o que fica suado na terra
não é pranto nem flor.

É vinho.

Sobrevivência do aroma
no lamento desses rostos,
dessas chuvas no caminho,
não morrem no campo as flores:

Perduram constituídas
de soluços como o vinho.



Florisvaldo Mattos

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