Ecloga
Ecloga
Sonhei contigo embora nenhum
sonho possa ter habitantes,
tu a quem chamo amor,
cada ano pudesse trazer um pouco
mais de convicção a esta palavra.
É verdade o sonho poderá ter feito com que,
nesta rarefacção de ambos,
a tua presença se impusesse como
se cada gesto do poema te restituísse
um corpo que sinto ao dizer o teu nome,
confundindo os teus lábios com o rebordo
desta chávena de café já frio.
Então, bebo-o de um trago
o mesmo se pode fazer ao amor,
quando entre mim e ti
se instalou todo este espaço
terra, água, nuvens,
rios e o lago obscuro do tempo que o
inverno rouba à transparência da fontes.
É isto, porém,
que faz com que a solidão não seja mais
do que um lugar comum saber que existes,
aí, e estar contigo mesmo que só o
silêncio me responda quando,
uma vez mais te chamo.
Nuno Júdice
Ecloga
Sonhei contigo embora nenhum
sonho possa ter habitantes,
tu a quem chamo amor,
cada ano pudesse trazer um pouco
mais de convicção a esta palavra.
É verdade o sonho poderá ter feito com que,
nesta rarefacção de ambos,
a tua presença se impusesse como
se cada gesto do poema te restituísse
um corpo que sinto ao dizer o teu nome,
confundindo os teus lábios com o rebordo
desta chávena de café já frio.
Então, bebo-o de um trago
o mesmo se pode fazer ao amor,
quando entre mim e ti
se instalou todo este espaço
terra, água, nuvens,
rios e o lago obscuro do tempo que o
inverno rouba à transparência da fontes.
É isto, porém,
que faz com que a solidão não seja mais
do que um lugar comum saber que existes,
aí, e estar contigo mesmo que só o
silêncio me responda quando,
uma vez mais te chamo.
Nuno Júdice
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