Canto IV
Canto IV
Meus olhos vão seguindo incendiados
a chama da leveza nesta dança.
Que mostra velho sonho acalentado
de ver a bailarina que me alcança
os sentidos em febre, inebriados,
cativos do delírio e dessa trança.
É sonho, eu sei.
E chega enevoado
na mantilha macia da lembrança:
O palco antigo, as luzes da ribalta,
renascença da graça do seu corpo,
balé de sedução, mar que me falta
Para o mergulho calmo de amante,
que se sabe maduro de esperar
essa viva paixão e seu levante.
Anibal Beça
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