Poema II
Em minhas mãos,
entregaste o corpo alvo e nu,
de incenso e mirra esquecido,
permitindo tatuar o vale
com a lava do vulcão
amanhecido juntos,
derramados os pudores em branda taça,
um torpor de vinhos nos cimos duros,
debruçado o grito em tua âncora,
meu espanto findo
Iniciando escrever o livro
transfiro em ti a minha força,
vinda do vermelho das ameixas
roxas,
quando teu corpo sobre o meu derramado,
calar a sede da serpente hirta.
Na página primeira escrita
à memória do milenar gozo
no alvo corpo a escorrida lava
desmente a aridez da futura estrada.
José Carlos Souza Santos
1 comentário:
Terrivelmente bello e cativante dentro do desejo dos amantes.
A imagem de um gosto reservado e com grande classe.
Me encantou.
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