Poema III
Porque te amo
me divido,
e em mim se multiplica
o que antes sem saber
subtraído me havia.
Do cântaro no peito ressecado
renasceu a flor que não morrera,
pois que estava em nós,
e não sabíamos
pois que nos lambera,
e não sentíamos.
O teu rosto desconhecido perpetua a chama,
que no peito ainda ardia.
Porque te amo louco me derramo,
corajoso e vasto entre as lavas
do teu vulcão em chamas,
e nos teus olhos me revejo
cálice,
âmbula,
patena e sacrário
inteira catedral de êxtase erguida
Nos teus braços
do cansaço me exilo,
ao longe numa curva do caminho,
vejo o meu retrato de ontens pendurado,
do riso frouxo que da boca se me expande,
o silêncio pleno de vidraças que se abrem.
Em tua boca,
gestamos nosso vinho no seio túmido,
a flor que embriaga,
em nosso gozo,
um poema de Hilda Hilst.
José Carlos Souza Santos
Porque te amo
me divido,
e em mim se multiplica
o que antes sem saber
subtraído me havia.
Do cântaro no peito ressecado
renasceu a flor que não morrera,
pois que estava em nós,
e não sabíamos
pois que nos lambera,
e não sentíamos.
O teu rosto desconhecido perpetua a chama,
que no peito ainda ardia.
Porque te amo louco me derramo,
corajoso e vasto entre as lavas
do teu vulcão em chamas,
e nos teus olhos me revejo
cálice,
âmbula,
patena e sacrário
inteira catedral de êxtase erguida
Nos teus braços
do cansaço me exilo,
ao longe numa curva do caminho,
vejo o meu retrato de ontens pendurado,
do riso frouxo que da boca se me expande,
o silêncio pleno de vidraças que se abrem.
Em tua boca,
gestamos nosso vinho no seio túmido,
a flor que embriaga,
em nosso gozo,
um poema de Hilda Hilst.
José Carlos Souza Santos
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