ao doce das águas murmúrio palreiro.
Na areia dormita gentil cavaleiro
À luz do luar.
As belas ondinas emergem das grutas
De vivo coral,
Acorrem ligeiras,
e apontam, sorrindo,
O moço que julgam deveras dormindo
No argênteo areal.
Vem esta, e perpassa do gorro nas plumas
As mãos de cetim.
E aquela,
com gesto divino,
gracioso,
Nos ares levanta do jovem formoso
O áureo telim.
Essoutra,
que lavas,
que fogo não vibram
Seus olhos de anil!
Debruça-se e arranca-lhe a rútila espada,
Nos copos brilhantes se apóia azougada.
Travessa e gentil.
A quarta,
saltando,
retouça,
lasciva,
Do moço em redor;
Suspira mansinho,
de manso murmura:
"Pudesse eu em vida
gozar a ventura
Do teu fino amor!"
A quinta rebeija-lhe as mãos,
enlevada
Num sonho feliz,
E a sexta,
com trêmula e doce esquivança,
Perfuma-lhe a boca,
formosa criança!
Com beijos sutis...
E o moço,
fingindo que dorme tranqüilo,
Não quer acordar.
E deixa que o abracem as belas Ondinas,
E lânguido goza carícias divinas
À luz do luar...
Gonçalves Crespo
Na areia dormita gentil cavaleiro
À luz do luar.
As belas ondinas emergem das grutas
De vivo coral,
Acorrem ligeiras,
e apontam, sorrindo,
O moço que julgam deveras dormindo
No argênteo areal.
Vem esta, e perpassa do gorro nas plumas
As mãos de cetim.
E aquela,
com gesto divino,
gracioso,
Nos ares levanta do jovem formoso
O áureo telim.
Essoutra,
que lavas,
que fogo não vibram
Seus olhos de anil!
Debruça-se e arranca-lhe a rútila espada,
Nos copos brilhantes se apóia azougada.
Travessa e gentil.
A quarta,
saltando,
retouça,
lasciva,
Do moço em redor;
Suspira mansinho,
de manso murmura:
"Pudesse eu em vida
gozar a ventura
Do teu fino amor!"
A quinta rebeija-lhe as mãos,
enlevada
Num sonho feliz,
E a sexta,
com trêmula e doce esquivança,
Perfuma-lhe a boca,
formosa criança!
Com beijos sutis...
E o moço,
fingindo que dorme tranqüilo,
Não quer acordar.
E deixa que o abracem as belas Ondinas,
E lânguido goza carícias divinas
À luz do luar...
Gonçalves Crespo
2 comentários:
Meu caro Amigo António, gostei das mudanças, gostei do novo visual.
Abraços!
Já imaginaste António, estar em plena praia entregue a seis gênias (gênias ou gênios) rsrs, gozando das mais diversas carícias. O pior é não poder contrariá-las devido aos seus poderes. Rsrs.
Grande Gonçalves Crespo. Lindo poema amigo. Bela escolha.
Abraços e que DEUS te abençoe.
Furtado.
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