Fronteira
É doce
a tentação do labirinto
assim que o sono chega e se propaga
ao contorno das coisas. mal as sinto
quando confundo a onda sempre vaga
deste falso cansaço que regressa
ao som da minha estranha e dócil fala
cada vez mais submersa como essa
pequena luz da rua que resvala
plo interior da noite. É quase um sonho
A respirar lá fora enquanto o quarto
se dilui na fronteira que transponho
e afoga a consciência de onde parto
agora sem direito nem avesso
no incerto momento em que adormeço.
Fernando Pinto do Amaral
1 comentário:
Olá Antônio! As vezes fico imaginando como seria, se quando da chegada do sono, nós mesmos coordenássemos nossos movimentos, pensamentos, sentimentos, ou seja, todos os acontecimentos a partir do momento em que transpuzessemos a fronteira, estivéssemos dormindo. Hoje nossos sonhos são verdadeiras incógnitas, acontecem em função de todo acervo depositado no nosso subconsciente, quando a cada dia é uma surpresa, as vezes boas e as vezes ruins.
Perdoe-me pelas baboseiras.
Belo poema. Parabéns pela escolha.
Abraços,
Furtado
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