Ânsia

Há pequenas coisas que atiçam o amor
Que nos dão um grande desejo de amar
Uma enorme ânsia de sofrer...


Amantes

Vem!
Vem comigo
Cansados de Amor
Mergulhemos juntos na noite
no silêncio dos Amantes
Amor Amor Amor
Repete comigo
as palavras que nos dão paz...


®Pôesia do Mundo

A minha foto
Le Vésinet, Yvelines, France
É impossível não se dizer ( no mínimo de letras ) e, ao mesmo tempo, em que não se pode tudo dizer ( no máximo de palavras ). Falar demais: È escancarar detalhes insignificantes da vida doméstica. A minha vida sustenta-se no diário de algumas palavras: Trabalho, Respeito, Ternura, Amizade, Saudades, Amor. PEQUENOS VALORES Viver é acreditar no nascer e no pôr-do-sol É ter esperança de que o amanhã será sempre o melhor É renascer a cada dia É aprender a crescer a cada momento É acreditar no amor É inventar a própria vida... No decorrer desta vida, o prazer, a alegria, a tristeza,a dor, o amor, desfilam em nossa alma e em nosso coração deixando diferentes marcas. São essas marcas combinadas que formam a riqueza da nossa caminhada. Um caminho onde o mais importante não é chegar e sim caminhar. Valorize todos os detalhes, todas as subidas e descidas, as pedras, as curvas, o silêncio, a brisa e as montanhas deste seu caminho, para que você possa dizer de cabeça erguida, no futuro: Cresci Chorei Sorri Caí Levantei Aprendi Amei Fui Amado Perdi Venci Vivi E, principalmente, sou uma pessoa feliz!




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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Permanência


Permanência


Permanência

É assim que consigo ter-te perto
quando não estás.

Apenas manuseio
o livro que deixaste, e então eu creio
sentir as tuas mãos junto a meus gestos.

Sinto que estás pra vir.

No meu deserto
sempre deixas sinal.

Terás receio
que me perca de ti?...

No entanto é certo
que só estou a buscar-te enquanto leio...

Tens o teu jeito de guardar-me pronta
à tua espera:

Uma lembrança apenas,
qualquer coisa em que possa me dar conta
da tua presença, enquanto te vais.

Assim te ficas em coisas pequenas
assim te tenho perto se não estás.



Gláucia Lemos

domingo, 21 de novembro de 2010

Poema para um Domingo


Poema para um Domingo



Poema para um Domingo

Um roupão amarelo,
um abajur um anjo
de bronze sustentando a luz.

Um livro aberto e um blues.

A noite de um domingo.

E o show
da solidão se repetindo.

Um cobertor de madras escocesas
uma lembrança de um beijo nos lábios
e uma certeza.

Este sempre espetáculo domingueiro
com luzes de néon ferindo o vidro
caindo no travesseiro.

Ao som do vento as esquadrias gemem.

Quando acontoecerá a última cena?

Se os ponteiros não param essa ciranda...




Gláucia Lemos

Poema dos Olhos


Poema dos Olhos


Poema dos Olhos

Pões em mim os teus olhos.

Carregados de uma busca indefinida
envolvidos em uma dor que me é palpável
tão sutil no olhar
no sentir tão denso.

Pões em mim os teus olhos.

E só há trevas.

E a luz se foi.

Estranho essa agonia
que te arrebata e se expõe
mas os lábios não murmuram.

Há um pedido sem voz
soluçando em teu silêncio.

Na garganta te travam
a culpa e o remorso
e te espumam no sangue
e em teus olhos te traem.

Amargura de mater dolorosa
sangra no teu olhar num só pedido.

Desço.

Não sei se creio.

Vacilo e desço.

Em tua dor ponho afinal meus olhos e te perdôo...



Gláucia Lemos

Cúmplice



Cúmplice



Gláucia Lemos

Queda-te em teu silêncio.

Entre meus dedos,
o tempo é mel perdido.

Espero o tempo escrito no degredo.

Tua face de marfim e medo
tenho, a escutar a ti mesmo
ouvido no meu peito.

Guarda-me sob os lençóis das tuas pálpebras,
quanto te recolho em fragmentos
quanto assim de ti me acrescento,
a render-me ao silêncio preciso aqui,
onde só tu és possível.



Gláucia Lemos

terça-feira, 27 de julho de 2010

Outrem


Outrem




Outrem

Há os que acendem luzes no teu rosto
e os que atiram flores nos teus braços.

Os que semeiam cardos nos teus passos
e há quem aposte a vida em teu desgosto.

Seja um sorriso o teu único laço.

Saiba Deus se ele expressa bem teu gosto.

Não há limites para o que for posto
pelo silêncio de quem tens nos braços.

Olha pra quem põe luzes no teu rosto...

Descobre quem aposta em teu desgosto...

Teu amigo pode ser teu mal maior.

Que te guardes de crer na humana fala.

Anjos e demos numa mesma igualha
repartem dor e riso a teu redor.




Gláucia Lemos


Soneto á Fala


Soneto á Fala



Soneto á Fala
ou
Rota do Sol

Cala-te e partirei.

Muda e sem abraço.

E esta distância se fará completa.

Fechamos esta escala de embaraços,
me defino sem ti,
na rota certa.

Mas, cala!

Que tua voz é como um laço que me ata o sangue e minha calma afeta.

Se falas,
estremeço e me desfaço,
e quedo,
penitente,
manifesta.

Se falas,
eu me arrisco ao precipício,
como fêmea arrastada,
como um vício que avassala em inteira embriaguez.

Se ainda me amas,
me poupa o sacrifício desta distância.

Leva-me á difícil
rota do sol.

Ou cala de uma vez!



Gláucia Lemos

Poema para um instante



Poema para um instante



Poema para um instante

Surpreendente é amor
brincando no olhar
brisa tremulando em canteiro
de miosótis.

Xale de luar de lua cheia
estremecendo nas águas.

Lúdico mesmo é o olhar
brincando de amor
aventura de criança jogando
um jogo de armar.

Mágico tirando da cartola
pombos e flores de papel crepom.

Encantamento é a presença
iluminando a porta
é alguém à espera
com um sol entre os lábios.




Gláucia Lemos

sábado, 24 de julho de 2010

Poema Para a Mulher de Malandro


Poema Para a Mulher de Malandro



Poema Para a Mulher de Malandro

Um segundo
ave assustada voando para longe.

Asas molhadas de vento
arrastando o peso
da surpresa e do susto.

Para longe
para bem longe do temporal.

Olhos enxutos respiram distância
coração de ave frágil
pequenino
pulsa pânico
irrompe do peito.

É preciso aguardar o retorno do sol.

O sol...

Luz infiltrando suave
da coroa dos montes.

A medo e a susto
o romper do vento a rota de retorno.
Não sou, não me torno
mas entendo
a mulher do malandro.




Gláucia Lemos

Poema de uma Madrugada Lilás



Poema de uma Madrugada Lilás



Poema de uma Madrugada Lilás


Depois de ti todas as faces
estão transformadas.

Agora mesmo
um vendaval cavalga a madrugada lá fora.

Vergasta galhos e arrebata folhas
para cá do mar.

Lá fora.

Mas entra no meu quarto
e está em mim.

Já não estou neste ermo,
parti para não sei, onde estiveres,
em algum lugar, num livro, num CD,
numa varanda talvez, ou numa sala.

Sei lá, onde estiveres...

Quatro séculos há em mim assassinados
e se rebelam,
e eu tenho que seguir
a me revelar na face de cristal
das tuas reminiscências onde
ainda ontem grafaste o meu abraço.

E, não sei, não sei,
se do labirinto em que me enredei
ou me enredaste em saliva e carinho,
é possível sair.

Está escrito que eu tenho que seguir.

Mas não entendo
porque não te esperei pra vir contigo.

No entanto eu te amei.

Te reconheço.

Em segredo te amei.

Em silêncio te amei:

Te amei em insônias,
e em confissão me amaste.

Talvez ainda...

Chove na madrugada do meu bairro.

Ainda sinto vibrando nos meus braços
a eletricidade do teu gozo
em um tempo que não marco
inscrito em algum tempo.

Nunca mais, nunca mais
terei nos olhos a angústia
ansiosa dos contidos
nem a placidez dos moribundos.

Nunca mais a morte dos que se perderam
sem direção.

Agora esta loucura
de pássaro distante
que conhece o seu rumo e sabe
o seu destino
e em vôo cego, desconhece o espaço.

Agora nos meus olhos
esta loucura
ansiedade de te ter e te guardar
do meu jeito.

Depois de ti nunca mais serei eu.

Serei só madrugada em insônia
e temporal
serei dor e dúvida e busca
e o repouso e a paz do teu encontro
e despedida e ansiedade nova e repetida,
e depois, e depois...

Até quando?

Por que amar com lágrimas e esperas?

Por que amar nas noites deste quarto
em silêncio de trevas?

Se sei que a tua luz
bruxuleia no âmago do meu corpo
e se funde com a minha luz,
mas é quase um punhal
me ensinando a morrer.

Por que meu tormento e meu cárcere frio
se estás por aí
e eu te dou o meu colo e o meu beijo
e te abrigo
na febre do meu peito
e nas águas do meu ninho,
como em pia batismal de um só desejo.

Ah...

Não sabes de tempestades...

E se sabes
não entendes da minha tempestade
toda feita de perdão e de pedidos.

Quem tomará teu corpo a acarinhar teu dorso
como quem mata
o meu pedaço amado?

Se eu te protejo qual leoa brava
tomada de ciúmes...

Depois de ti nunca mais outra face de vida
haverá.

Só esta loucura que me faz servida
entre valvas de conchas
a ti
a teu querer
à tua espera.





Gláucia Lemos




segunda-feira, 19 de julho de 2010

Poema do Amanhecer


Poema do Amanhecer


Poema do Amanhecer

Que hoje o meu primeiro pensamento
seja como a luz branca da manhã
que envolve os picos
e as pontas da grama.
E faça amanhecerem as emoções.

Que nessa luz eu esteja.

Que hoje a minha intenção primeira
seja como a mão de Deus na estrada certa
ou bastão de pastor
na trilha verde.

E nessa mão me vejas.

Que hoje a minha sílaba primeira
não se abra em meu lábio,
e eu me cale.
Que nada te dirá mais que o meu beijo.

E que esse beijo eu seja.


Gláucia Lemos

domingo, 18 de julho de 2010

Poemas da Distância


Poemas da Distância


Poemas da Distância

Como se fosses chegar
na hora seguinte.

Estendo os meus olhos
para lá da poeira
mas meus olhos imergem
nas águas do mar...

Se eu sei que,
cortando a enchente
que cresceu e venceu o alto do muro
e alagou o caminho,
não virás ainda.

Se eu sei que
os trilhos que os pneus
traçaram paralelos nesta estrada de areia,
nem sabem de ti.

Entendo quanto é louco
este olhar que te espera
esperando um milagre.

Se me lembro
de que vieste na noite de ontem
à hora da estrela.

E quando eu colhia o diamante de Vésper
te tinha comigo,
sei,
como é louco este olhar que te espera
esperando o milagre!




Gláucia Lemos

Poema do Desenlace



Poema do Desenlace



Poema do Desenlace

E então nós nos magoamos
com uma dor tão intensa
com um furor tão sem forma
tão sem explicação...

Como se estivéssemos
estraçalhando a vida
desmoronando tudo
o que nos pôs distantes...

Como se tivéssemos
que destruir universos
pra cumprirmos o que está escrito:

Continuarmos cumprindo.

E foi tanto o desejo
de rasgar os destinos...

Nós que rasgáramos todos os códigos
para nos tornarmos vidro,
assim nós nos rasgamos a nós próprios
sem solução e sem lucidez.

Para cada um permanecer
preso dentro dos olhos do outro
para em cada novo encontro
para sempre perguntarmos...

Por quê?

Por quê?


Afinal...

Por quê?





Gláucia Lemos

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Poema do Apelo


Poema do Apelo


Eu sei que à insônia desta noite
bem poderias vir.

A tua febre aqueceria o mundo.

Da minha febre renasceria a vida.

E me olhas com este olhar atento
que não sei se não me quer ou não me entende.

Eu sei que esvaziarias este apelo
e que eu te guardaria como um feto
e plenificarias meu vazio.

Mas me olhas com este olhar estranho
que eu não sei se me entende e não me quer...

Eu sei que é como quem beija,
que me calo.

E poderíamos arder no mesmo gozo
para morrer depois no mesmo sono.

Mas me olhas com este olhar profano
que eu não sei se não me entende, ou se me espera.

Eu sei.

Mas sei que não vale saber.

Se continuas com este olhar estranho
que eu não entendo.


Mesmo assim te espero.



Gláucia Lemos

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Reencontro


Reencontro



Reencontro

Foi com asas que veio.


Mas com asas
da incerteza encravadas nos espinhos.

Qual pássaro qualquer por sobre casas,
pelos telhados,

por desfeitos ninhos.

E pousou frente a mim.

Eram lilases
do tom dos tristes nos seus descaminhos
suas asas de silêncio.

Tantas frases
embrulhadas no medo dos sozinhos.

Foi assim como pássaro ferido
que me buscou.

Eram não sei de vidro
ou eram de susto os olhos que mostrou .

Pousou uma vez mais no meu vestido.

Trouxe um gorjeio novo a meu ouvido.

Foi assim que o guardei.

E ele ficou.



Gláucia Lemos

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Poema de uma Hora Triste


Poema de uma Hora Triste



Deixa que eu sinta este momento novo
e talvez quando houver o nosso encontro
vejas em mim a marca dessa ausência.

Deixa que eu queira te sentir presente
e talvez se eu disser quanto te espero
mostres em ti o quanto me esperavas.

Deixa que eu possa te buscar agora
e talvez nunca mais nosso universo
conheça as brumas desta solidão.

Deixa que eu possa, nesta hora triste,
crer que também,
talvez,
estou contigo,
e a dor que é minha tua se tornou.



Gláucia Lemos

Poema dos Olhos


Poema dos Olhos



Pões em mim os teus olhos.

Carregados de uma busca indefinida
envolvidos em uma dor que me é palpável
tão sutil no olhar
no sentir tão denso.

Pões em mim os teus olhos.

E só há trevas.


E a luz se foi.

Estranho essa agonia
que te arrebata e se expõe
mas os lábios não murmuram.

Há um pedido sem voz soluçando em teu silêncio.

Na garganta te travam
a culpa e o remorso
e te espumam no sangue
e em teus olhos te traem.

Amargura de mater dolorosa
sangra no teu olhar num só pedido.

Desço.

Não sei se creio.

Vacilo e desço.

Em tua dor ponho afinal meus olhos
e te perdôo


Gláucia Lemos
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