®Pôesia do Mundo
- Antònio Manuel
- Le Vésinet, Yvelines, France
- É impossível não se dizer ( no mínimo de letras ) e, ao mesmo tempo, em que não se pode tudo dizer ( no máximo de palavras ). Falar demais: È escancarar detalhes insignificantes da vida doméstica. A minha vida sustenta-se no diário de algumas palavras: Trabalho, Respeito, Ternura, Amizade, Saudades, Amor. PEQUENOS VALORES Viver é acreditar no nascer e no pôr-do-sol É ter esperança de que o amanhã será sempre o melhor É renascer a cada dia É aprender a crescer a cada momento É acreditar no amor É inventar a própria vida... No decorrer desta vida, o prazer, a alegria, a tristeza,a dor, o amor, desfilam em nossa alma e em nosso coração deixando diferentes marcas. São essas marcas combinadas que formam a riqueza da nossa caminhada. Um caminho onde o mais importante não é chegar e sim caminhar. Valorize todos os detalhes, todas as subidas e descidas, as pedras, as curvas, o silêncio, a brisa e as montanhas deste seu caminho, para que você possa dizer de cabeça erguida, no futuro: Cresci Chorei Sorri Caí Levantei Aprendi Amei Fui Amado Perdi Venci Vivi E, principalmente, sou uma pessoa feliz!
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Os anjos do corpo – IV
Os anjos do corpo – IV
Meu infatigavel
anjo,
da guarda de meu corpo
São os anjos quem
guardam
os orgasmos
Pastores
Dos rebanhos
– dos ardores
Dos odores do corpo
Hei-de confessar-te
um dia
o meu desejo:
um anjo
que me acaricie devagar o clitóris
as pernas entreabertas
ao meu beijo
Quantas vezes te digo
que te dispo
e depois te lambo
primeiros as asas
e o pénis
e em seguida: o ânus
E o anjo
debaixo
ficou a acariciar o pénis
do anjo que voava
por cima
de manso procurando
o fundo
da vagina
Sou eu que te transformo
de prazer
em anjo do orgasmo
infatigável
suco
da língua
Naquilo que te faço
Com o teu clitóris
de ouro,
és o anjo
mamilos à flor da pele
que tapas com as asas
Os anjos descobrem
a vulva
no mesmo instante
em que sabem
do pénis:
com
as pernas ligeiramente
abertas
e desviando as asas
Despir os anjos
um por um
passando-lhes a língua...
lentamente,
pelo sal do pénis
Sorvendo-lhes em seguida
os sucos da vagina
Penteio com os dedos
os cabelos
deste arcanjo
respirando baixo
o interior macio
das suas pernas
o púbis
deste anjo
O sabor do esperma
dos anjos que imaginam
a-mar
as águas
uterinas
Lambe-me devagar
o céu da boca
como se a voasses
É um púbis de anjo
com pequenas asas
sob:
sobre a doce matiz
matriz
do clitóris
Viro-te anjo
debaixo do meu corpo
cubro-te:
voando – vogando
pelo nada
o teu pénis
direito
no meu púbis
e mais abaixo
a tua vagina alada
Adormeço de ventre
em tuas
asas
deitada ao comprido
no espaço
das tuas pernas
pernas
Cisterna
posta à beira
da sede dos teus braços
Primeiro roço-te
as asas
suspensas pelos teus ombros
imaginando apenas
aquilo que depois
mergulho
e faço:
Traz o anjo
o arrepio
ao corpo todo
um aperto nos
seios
e na vagina
Uma febre incerta
que vagueia
nas asas, nas coxas
e nas veias
Tinha um corpo de
lua
pelo lado da cor e do frio
em desiquilibrio no fio da faca
do orgasmo
O teu corpo,
neste envolvimento
de voo
e de vulva
Meu amor que mergulhas
de vertigem:
Anjo expectante
da vagina
A mistura de mim
com o teu corpo
asas pequenas que estremecem
debaixo do desejo
Não tens noção
de quanto é corpo o corpo
nem desejo
Anjo
Voando sobre
o que é baixo
Sob
Voando sob
o que é por baixo
Tocar-te apenas com
a língua
a cabeça do pénis
como se devagar
lambesse
o meu clitóris
até sentir o orgasmo
trepar-me pelas pernas
Bebem os anjos
a saliva
dos anjos
Pela taça
– exposta –
da vagina
São rarissimas as
asas
que não partem dos seios
a florir nos
ombros
Como um manso púbis
com os seios veios
de sombra
Quando
o clitóris toca
o clitóris dos anjos...
Lambe-me as asas
– disse o anjo
ao anjo mais perto...
dos seus pulsos
Maria Teresa Horta
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