Argila
Nascemos um para o outro, dessa argila
De que são feitas as criaturas raras;
Tens legendas pagãs nas carnes claras
E eu tenho a alma dos faunos na pupila...
Às belezas heróicas te comparas
E em mim a luz olímpica cintila.
Gritam em nós todas as nobres taras
Daquela Grécia esplêndida e tranquila...
É tanta a glória que nos encaminha
Em nosso amor de seleção, profundo.
Que (ouço ao longe o oráculo de Elêusis)
Se um dia eu fosse teu e fosses minha,
O nosso amor conceberia um mundo.
E do teu ventre nasceriam Deuses...
Raul de Leôni
1 comentário:
Poema de uma beleza poética extraordinária.
Gostei imenso.
Um forte abraço.
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