Vingança
Vingança
O tempo passou,
minhas carnes estão
secas e o rosto árido.
Espero chuvas de sonhos para molhar
a vida e fazer germinar esperança.
Há séculos não vejo o sol.
Não sei mais o que é brilho,
a última vez que avistei o dourado,
ele falava de amor e lançava
olhares num tom de promessa.
Tive medo,
faltou coragem para apostar
na luz e seguir o clarão.
Hoje estou nas trevas e meus
olhos adaptados ao breu.
Os pés têm roteiros programados,
não se aventuram além dos limites,
do que é conhecido.
O negro ergueu muralhas e sitiou a vida
que ainda resiste à escassez de amor.
Chuvas de granizo,
quedas de meteoritos.
Toda a natureza conspira,
tramando uma vingança
pela morte da ousadia...
Carla Bianca
2 comentários:
Um poema MAIOR de grande qualidade estética e poética.
Parabéns.
Gostei imenso.
Um forte abraço
"... Espero chuvas de sonhos para molhar a vida e fazer germinar esperança..."
Regar a vida com sonhos e aguardar os frutos...
Veramente belo!
Peço licença para entrar, voltar e ficar...
Beijos confessos
Enviar um comentário