A insustentável leveza do amor
A insustentável leveza do amor
Que ninguém saiba:
falo dos teus olhos
Terras castanhas,
precipício de almas;
Que ninguém veja:
falo do teu riso.
Oceano de ritmos, vertigem e calma.
Que ninguém ouça:
falo da tua voz
Perdição de Ulisses em alto mar;
Que ninguém toque:
falo das tuas mãos.
Recriar do mundo, elementar.
Que ninguém sinta:
falo da tua boca.
Pura seda, roçar de borboletas;
Que ninguém aspire:
falo do teu cheiro
Inspiração eterna de poetas.
Que ninguém ouse:
falo do teu corpo
Porção visível do infinito;
Que ninguém duvide:
falo do que sinto.
Amor assim não houve, mais bonito.
Que ninguém entenda:
o amor é um hiato.
Entre o vivido e o sonhado;
Que ninguém tema:
o amor é imponderável.
Fluido, muito além do leve ou do pesado.
Goulart Gomes
1 comentário:
Antonio, que bom ter encontrado o seu blog, estou apaixonada por tua escrita,é Lindo tudo o que aqui leio!
Beijossssssss
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