O fim da jornada
O fim da jornada
Sob uma luz trêmula e baça,
Se agita,
brinca e dança ao léu.
A Vida,
ululante e devassa.
Assim também,
quando no céu
A noite voluptuosa sonha.
Tudo acalmando,
mesmo a fome,
Tudo apagando,
até a vergonha,
Diz o Poeta que a dor consome:
Afinal,
minha alma e meus ossos
Finalmente imploram por sossego.
O coração feito em destroços.
Procuro em meu leito aconchego
E às vossas cortinas me apego,
Ó treva oferta aos corpos nossos.
Baudelaire
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