Percepção
Percepção
Divido os sonhos com o travesseiro.
No meio da noite vaga-lumes espreitam,
mas a realidade foge
e é só um ponto no silêncio:
um alvo incerto sob a névoa miúda.
Bato asas, sonolenta, e meu voo é invadido
por pensamentos recorrentes:
de que servem teus olhos que não me veem,
teu corpo que não me aquece,
tua voz que não me chama?
Uma música se desprende da noite,
e ninguém a ouve.
Há passos que não deixam pegadas
e um tempo que se perde na distância:
já é tarde para falar de amor.
Basilina Pereira
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