CARUMA
Nem contigo
nem sem ti
completamente paralisado
assim me quedo
distante
por aqui
Imaginei mares e nuvens
onde se reflectia o teu olhar
a tua morna respiração
o brilho do teu pescoço sem colar
vi na areia o sinal dos teus passos, pés,
únicos, não há iguais aos teus
e em vão procurei ao lado pelos meus
na praia, de lés-a-lés
Sem espanto descubro!...
Nunca pertenci à visão que criei
de longe observei a minha própria ausência
orlada de espuma
sal
areia
impotência
Estavas em toda a parte:
No norte duro
no sul do sol
na obra de arte
no leste, de onde vieste
no vale escuro
no poente carmim
no princípio e no fim.
Por toda a parte e em nenhuma...
Na copa dos pinheiros
nas borboletas
no chão de caruma...
E a espuma da memória
que eu retive de ti em mim
desaparecia no granulado de um filme mudo
em que todos os fotogramas gritavam a palavra “FIM”
Francisco Quintas
Nem contigo
nem sem ti
completamente paralisado
assim me quedo
distante
por aqui
Imaginei mares e nuvens
onde se reflectia o teu olhar
a tua morna respiração
o brilho do teu pescoço sem colar
vi na areia o sinal dos teus passos, pés,
únicos, não há iguais aos teus
e em vão procurei ao lado pelos meus
na praia, de lés-a-lés
Sem espanto descubro!...
Nunca pertenci à visão que criei
de longe observei a minha própria ausência
orlada de espuma
sal
areia
impotência
Estavas em toda a parte:
No norte duro
no sul do sol
na obra de arte
no leste, de onde vieste
no vale escuro
no poente carmim
no princípio e no fim.
Por toda a parte e em nenhuma...
Na copa dos pinheiros
nas borboletas
no chão de caruma...
E a espuma da memória
que eu retive de ti em mim
desaparecia no granulado de um filme mudo
em que todos os fotogramas gritavam a palavra “FIM”
Francisco Quintas
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